Cabinda, Angola.— “Os imperialistas não conseguiram tomar Cabinda e sofreram lá uma esmagadora derrota”, expressou o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz, no acto celebrado na Praça Primeiro de Maio, em Luanda, em 27 de Março de 1977. Naqueles anos, a situação era muito difícil para o irmão povo angolano: enquanto os racistas sul-africanos avançavam pelo sul, os mercenários e as tropas do Zaire estavam a poucos quilômetros de Luanda, e as tropas mercenárias apoiadas pelo exército regular do Zaire se preparavam para atacar Cabinda; segundo os planos do imperialismo. A intenção era tomar Cabinda, importante enclave angolano pela sua posição estratégica e pelos seus recursos naturais, e, em colaboração com os fascistas da África do Sul, ocupar todo o território de Angola; frustrando assim a proclamação da independência nacional deste irmão país africana, prevista para 11 de Novembro de 1975.
Mas, como sublinhou o Comandante-em-Chefe Fidel Castro, os imperialistas e invasores estrangeiros cometeram um erro: não contaram com o povo angolano, não contaram com o MPLA, não contaram com as FAPLA. E não contaram com a solidariedade internacional (...) E em 11 de Novembro, quando ainda em Luanda se ouvia o estrondo da artilharia, o camarada Agostinho Neto, depois de tantos sacrifícios e tanta luta, conseguiu, finalmente, proclamar a independência de Angola». Em essência, Cabinda foi “heroicamente defendida pelos combatentes do mpla com um punhado de instrutores cubanos”, como afirmou Fidel.
Meio século depois daquela épica vitória dos angolanos e cubanos em Cabinda; o membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Esteban Lazo Hernández, presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular e do Conselho de Estado, acompanhado pelos outros membros da delegação da Maior das Antilhas que participam no Acto Central de Comemoração do 50º aniversário da independência nacional do irmão país africano, bem como nas actividades centrais por ocasião dos 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Cuba e Angola.
Ao chegar ao aeroporto “Maria Mambo Café”, Lazo Hernández foi recebido pelo Vice-governador cabindense para os Serviços Técnicos e Infraestruturas, Juliano Capita, e posteriormente teve um encontro fraterno com autoridades deste território na sede do Governo Provincial de Cabinda. O Vice-governador transmitiu cumprimentos carinhosos ao Presidente da Assembleia Nacional da Governadora Provincial, Suzana Fernanda Pemba Massiala de Abreu; enquanto que o titular do Parlamento cubano significou a proximidade histórica entre Cabinda e Cuba, mostra da profunda fraternidade entre nossos povos; assim como a importância de continuar estreitando as relações de amizade e cooperação entre as duas nações e, especialmente, entre as províncias cubanas e angolanas, e de trocar experiências mutuamente.
Ao mesmo tempo, conversou sobre a situação actual do país, caracterizada pelo processo de recuperação dos danos causados pelo furacão Melissa e pelo enfrentamento às consequências do criminoso bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos; entre outros aspectos.
Posteriormente, Lazo Hernández percorreu áreas onde se desenrolou a histórica batalha de Cabinda; onde foi recebido por oficiais do Estado-Maior da Região Militar de Cabinda e da brigada de Ntó. Aqui os oficiais angolanos reconheceram a heróica contribuição internacionalista cubana com sua nação, especialmente em Cabinda.
“A batalha de Ntó (Cabinda) reveste um grande significado, porque reforça os laços históricos de solidariedade, amizade e cooperação entre Angola e Cuba. Este momento representa não apenas uma homenagem à memória dos heróis que caíram na luta pela soberania nacional, mas também é uma oportunidade para compartilhar experiências, fortalecer a disciplina, o profissionalismo e a apreciação mútua dos princípios militares que unem os nossos povos”, disse Miguel Casimiro Mádia Kanga, brigadeiro desta unidade militar angolana.
Por seu lado, o Herói da República de Cuba General de Divisão Ramón Pardo Guerra destacou a importância desta batalha como parte da luta pela independência nacional e a integridade territorial de Angola; assim como o legado do General de Corpo de Exército Ramón Espinosa Martín, e a transcendência da irmandade imperecível entre os povos angolano e cubano.
A visita de Esteban Lazo continuou pelo Hospital Geral de Cabinda, onde teve um emotivo encontro com uma representação dos mais de 40 colaboradores da Saúde cubanos, que apoiam aqui o irmão povo da nação africana, dignos continuadores da epopeia que teve lugar há 50 anos em Cabinda como verdadeiros expoentes do internacionalismo de nosso país.
A Dra. Marileydis Almaguer Garcia, especialista em Neurologia e Medicina Geral Integral, ressaltou que sente orgulho de poder compartilhar o que temos com Angola e, especialmente, com Cabinda; um trabalho solidário que agradece cada dia este país africano.
Cinco décadas após ser proclamada a independência nacional de Angola e da heróica batalha de Cabinda, esta província angolana continua sendo um símbolo de fraternidade entre dois povos, geograficamente distantes, mas unidos na luta comum contra o colonialismo, o apartheid e o imperialismo; na luta comum pela independência, a liberdade e a soberania nacional.
