Dec
27
2019
Em Defesa da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, os Chefes de Estado e de Governo dos países membros da Aliança Bolivariana para os Povos do Tratado de Comércio dos Povos de Nossa América (ALBA-TCP) reuniram-se em Havana, por ocasião da XVI Cimeira da ALBA-TCP;
Inspirados no encontro fraterno dos Comandantes Fidel Castro e Chávez, em sua primeira visita a Cuba em 13 de dezembro de 1994, que plantou a semente de nossa cooperação:
- Reiteramos nosso desejo de continuar impulsionando a construção de uma nova ordem internacional, democrática, justa, inclusiva e equitativa, na qual a igualdade soberana entre os Estados e o respeito à autodeterminação dos povos seja eficaz; uma ordem que promova a cooperação e o multilateralismo, ao mesmo tempo que rejeita o intervencionismo e as ações coercivas unilaterais.
- Ratificamos nosso compromisso com a concertação política, cooperação e integração, cientes de que somente a união entre nossos povos dotará às nações latino-americanas e caribenhas de uma maior capacidade para encararem a ingerência e a dominação política e econômica, historicamente impostas pelos poderes hegemônicos globais.
- Reafirmamos a necessidade do fortalecimento da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) como um mecanismo de concertação consulta política regional baseada na estrita observância e defesa dos princípios do Direito Internacional, incluindo a resolução pacifica de controvérsias, a proibição do uso e a ameaça do uso da força, o respeito pela autodeterminação, a soberania, a integridade territorial e a não ingerência nos assuntos internos de cada país.
- Reconhecemos o ativismo da República de El Salvador, em prol de favorecer o desenvolvimento e fortalecimento da CELAC, bem como reafirmamos ao Estado Plurinacional da Bolívia, nosso apoio em seu exercício da Presidência Pró Tempore da CELAC no ano de 2019.
- Fazemos questão de que as medidas coercivas unilaterais são contrárias à Carta das Nações Unidas e ao Direito Internacional, laceram as regras do comércio internacional, ameaçam a paz e a segurança internacionais e restringem o desfrute dos direitos humanos da população dos Estados contra os quais são aplicados.
- Destacamos a necessidade de que as organizações internacionais, em particular, a Organização Mundial do Comércio (OMC), adotarem as medidas necessárias para combater as violações os arquétipos internacionais do comércio que envolvem medidas coercivas unilaterais e, de que os Estados e suas agrupações adotem ações para prevenir os efeitos da extraterritorialidade que as acompanham.
- Denunciamos a natureza extraterritorial de muitas dessas medidas que não só afetam os indicadores socioeconômicas dos Estados afetados, senão também prejudicam os interesses econômicos e comerciais de terceiros.
- Expressamos nossa preocupação com as agressões e ações contra a paz e segurança regionais, especialmente as ameaças de uso da força contra a República Bolivariana da Venezuela, que atentam contra a Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz, assinada pelos Chefes de Estado e/ou Governo na II Cimeira da CELAC, realizada em Havana em 28 e 29 de janeiro do 2014.
- Destacamos a resistência do Governo e povo venezuelano frente à ingerência externa, as medidas coercivas unilaterais e a permanente manipulação midiática contra seu país.
- Reiteramos nosso apoio e reconhecimento ao governo eleito do presidente Nicolás maduro morros para quem agouramos sucessos em sua gestão à frente da República Bolivariana da Venezuela, partindo da tomada de posse do próximo 10 de janeiro de 2019.
- Rejeitamos o acionar de ingerência do Governo dos Estados Unidos, que mais uma vez utiliza à OEA em sua política intervencionista contra a soberania, autodeterminação e a ordem constitucional da República Bolivariana da Venezuela, da República da Nicarágua e de outros países.
- Ratificamos nosso apoio incondicional ao governo e povo da Nicarágua em sua decisão de prosseguir defendendo sua soberania, a paz, os notáveis avanços sociais, econômicos, de segurança e de unidade nacional atingidos.
- Reiteramos o apelo da comunidade internacional de que se suspender de maneira incondicional o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba, que constitui uma violação maciça, flagrante e sistemática dos direitos humanos do povo cubano e cujo caráter extraterritorial afeta todos os Estados. Comemoramos a aprovação na Assembleia Geral das Nações Unidas, por vigésima sétima ocasião, da resolução que reivindica pôr fim ao bloqueio e ratifica a rejeição esmagadora desta política.
- Reiteramos nossa solidariedade com o companheiro Lula Da Silva, líder emblemático de Nossa América, preso político no Brasil.
- Lamentamos as modificações anunciadas no Programa Mais Médicos no Brasil que impõem condições inaceitáveis e descumprem as garantias acordadas para a participação dos médicos cubanos no Programa. Rejeitamos os questionamentos à dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores cubanos.
- Reiteramos nosso apoio comprometido ao povo e governo da Bolívia em seu histórico e justo direito a uma saída marítima com soberania. Instamos a República de Chile e o Estado Plurinacional da Bolívia a reiniciarem o diálogo e intercâmbios, no âmbito do julgamento da Corte Internacional da Justiça com o propósito de resolver o enclaustramento marítimo da Bolívia.
- Rejeitamos de veementemente as medidas adotadas contra irmãos países caribenhos, considerando-os jurisdições não cooperativas, ao mesmo tempo que instamos revistar os critérios de graduação como “países de renda média”, dificultando o acesso ao crédito e à cooperação internacional.
- Reafirmamos nosso permanente apoio aos países caribenhos em suas reivindicações de compensação pelo genocídio da população nativa e os horrores da escravidão e do tráfico humano.
- Reiteramos nosso compromisso do enfrentamento à mudança climática, cientes de que as causas desse fenômeno jazem nos modelos irracionais e insustentáveis de produção e consumo impostos pelo sistema capitalista. Os ataques à nossa Mãe Terra mostram impactos negativos cada vez mais evidentes, o qual impõe prontidão no agir da comunidade internacional a esse respeito.
- Fazemos questão na considerável vulnerabilidade de nossos países aos adversos efeitos da mudança climática e os desastres naturais. A ALBA-TCP faz um apelo à plena implementação do Acordo de Paris, tendo como base o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas, para deter o aquecimento global e trabalhar pelo desenvolvimento sustentável em harmonia com a natureza.
- Reafirmamos nosso compromisso na preservação e fortalecimento das instituições surgidas no seio da ALBA-TCP, que beneficiam nossos povos através da cooperação, complementariedade econômica e a concertação.
- Expressamos nosso desejo de estudar a possibilidade de implementar novas iniciativas no seio da ALBA-TCP, que promovam o benefício equitativo e complementar das economias dos países membros.
- Reconhecemos a necessidade do diálogo permanente entre as forças políticas progressistas e os movimentos sociais. A ALBA-TCP tem o dever de ser uma plataforma propiciadora do encontro entre as organizações sociais da região, cientes de que a união de nossos povos constitui o baluarte da soberania dos Estados Latino-americanos e Caribenhos.
- Cumprimentamos o Governo e povo cubanos na ocasião do 60º aniversário do Triunfo da Revolução Cubana contra as forças imperialistas dos Estados Unidos e a ditadura de Batista.
- Ratificamos a plena vigência das palavras do Comandante-em-Chefe Fidel castro Ruz, em 18 de outubro de 1995 na Onzena Cimeira dos Países Não-Alinhados quando expressou “Não somos simples espectadores. Esse mundo é também nosso mundo. Ninguém pode substituir nossa ação unida, ninguém tomará a palavra por nós. Só nós e, só unidos podemos rejeitar a injusta ordem política e econômica mundial que se pretende impor a nossos povos”.
Havana, 14 de dezembro de 2018
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