No âmbito das actividades programadas pela Liga Africana para assinalar o 50º aniversário da Proclamação da Independência de Angola e celebrar o próximo 25 de Maio o Dia de África, a organização centenária realizou um colóquio na Universidade Jean Piaget sobre o tema “A importância da cultura nacional”.
As palavras introdutórias da actividade foram proferidas pelo Sr. Samuel Carlos Victoriano, Reitor da Universidade, que expressou que o conhecimento cultural deve ser partilhado, pois contribui para a formação integral dos estudantes.
O Dr. Carlos Lamartine, músico, poeta, pedagogo e diplomata angolano, com mais de 60 anos dedicados à preservação da cultura angolana, salientou como legado da colonização a criação do ritmo semba em Angola, que representa a história, a identidade e a resistência do povo angolano.
O destacado intelectual salientou ainda como a cultura angolana influiu nos ritmos que identificam muitos países, que constituem património cultural imaterial da humanidade, e que surgiram a partir da chegada de milhões de escravos africanos, que chegaram ao Novo Mundo nos porões dos navios negreiros, entre os séculos XVII e finais do século XIX. Como exemplos, mencionou o samba no Brasil, a rumba em Cuba e o tango na Argentina.
O Dr. Pedro da Rosa, historiador e escritor, fez uma minuciosa apresentação sobre o surgimento e a história do semba.
Por sua vez, Jurema Tyova, professora da Universidade Agostinho Neto, destacou a riqueza do cancioneiro angolano.
Estiveram presentes no evento dirigentes da Liga Africana, representantes de instituições angolanas em Angola, professores e estudantes da Universidade. A embaixada de Cuba esteve representada pelo Conselheiro de Imprensa e Cultura, Jorge Trujillo Hernández.