Leonardo Padura: “Eu preciso de Cuba para viver e escrever”

SALVADOR BAHÍA, 18 de agosto de 2019. A cidade e o escritor, foi o título da conferência ministrada pelo escritor cubano, Leonardo Padura, na noite inaugural do evento, Fronteiras de Pensamento, no Teatro Castro Alves, da capital da Bahia, diante de um auditório que lotou a sala de concertos mais importante do Nordeste do Brasil.

O autor da série “Quatro Estações”, “A transparência do tempo”, entre outras obras reconhecidas em Cuba e no mundo, dialogou sobre a pertença a seu país e sua cidade como eixo central de sua vida e espaços de confluência das motivações que o guiam em seu afazer literário.

Fez reiteradas evocações ao Malecón (beira-mar) de Havana; a Mantilla, bairro onde nasceu e ainda vive e ao acervo cultural e social que distingue universalmente os cubanos. “Vivo em Cuba porque não posso nem quero fazer outra coisa, afirmou, uma afirmação que reiterou e defendeu perante vários meios de imprensa locais.

Diante de um auditório conhecedor e numeroso, Padura dialogou sobre seus personagens, suas obras, suas experiências de vida, a história e insularidade de sua nação, circunstâncias que nutrem sua realidade e contornam seus personagens através dos quais emergem suas próprias vivências, anelos, sonhos.

Também revelou os desafios que, como escritor, enfrentou na adaptação de suas novelas a argumentos cinematográficos, onde, embora a particularidade da linguagem audiovisual, por vezes, obriga a fazer concessões, que incisam o texto original, também se nutre da experiência teatral das personagens. Asseverou que é um trabalho que compartilha com sua companheira na vida, Lúcia López Coll.

Ao finalizar o evento, o escritor Leonardo Padura trocou saudações com a Secretaria da Cultura do governo da Bahia, Arany Santana; a Cônsul Geral de Cuba para o Nordeste do Brasil, Milena Caridade Zaldìvar Piedra; a presidente da Associação Cultural José Martí, Ivonne de Souza, entre outros amigos de Cuba presentes na ocasião.

Sua visita ao Salvador, desta vez, de 5 a 7 de agosto, é a segunda em sua vida, mas suficientes para afirmar mais uma vez a proximidade existente entre Cuba e Bahia. "Existe uma conexão cultural entre Cuba e Salvador, através de um caminho dolorido, que é a escravidão. Candomblé na Bahia é mais que uma religião, é uma filosofia, como em Cuba", disse.

Na capital baiana percorreu centros de interesse histórico que se destacam por sua semelhança com Havana, tais como O Pelourinho e visitou a Casa Museu Jorge Amado, escritor baiano e emblemático expoente das letras brasileiras.

(ConsulCuba-Bahia)

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