A propósito do 42do Aniversário do atentado terrorrista na Embaixada de Cuba en Lisboa o poema do amigo Fernando Fitas que foi lido ontem frente a placa que honra a Adriana y Efrén.
MEMORIA DOS QUE AMAMOS
Lemos no frio da pedra os nomes dos que amamos
confiando ao silêncio os domínios da fala
e tentamos ainda vislumbrar entre a névoa
-que há muito se sentou na copa dos ciprestes-
avoz em que se ocultam as linhas de seus rostos.
Há sombras cujo eco resiste como o vento.
Colam-se à nossa pele como terra agarrada à raiz das plantas,
soletram as mnhãs na palma das mãos e deixam-se ficar,
sem espanto nem assombro,
imunes aos acasos que possam perturbar nas paredes
os retratos a sépia que vigiam a casa.
É neles que no revemos, por eles nos levantamos.
Fernando Fitas