No 1° trimestre deste ano, o Brasil exportou US$ 88,4 milhões para Cuba, principalmente em alimentos. Estes valores podem aumentar, se os empresários brasileiros conhecerem e se dedicarem ao mercado cubano, de acordo com conselheira de Assuntos Económicos e Comerciais da Embaixada de Cuba no Brasil, Dagmar González Grau.
Ela esteve no encontro Oportunidades Bilaterais de Negócios Bahia-Cuba, realizado na FIEB, nesta terça-feira (11), com o objetivo de preparar estrategicamente os empresários baianos para realização de trocas comerciais com o mercado cubano. Dagmar afirmou que os dois países têm uma relação amistosa, de confiança, e que o governo da ilha tem a expansão do comércio bilateral como uma de suas prioridades. “Temos oportunidades em diversas áreas, como turismo, serviços e produtos”, pontuou.
No evento, Dagmar Grau, da Embaixada de Cuba no Brasil, Braulio Barreto, presidente do FIEB Jovem, Ângelo de Sá Jr., presidente do Comex, e o diretor da FIESP, Vladimir Guilhamat. Foto Divulgação.
Dagmar disse que Cuba está atualizada quanto às tendências tecnológicas mundiais e tem extremo interesse em projetos de energias limpas, por exemplo. Ela citou a abertura do país à venda de franquias de estabelecimentos históricos, como Florita Bar Restaurant, com 202 anos de existência. Para os interessados em fazer negócios com a ilha, ela recomendou o acesso à Carteira de Oportunidades de Investimentos Estrangeiros, disponível no site www.procuba.cu/es.
Já com a Bahia, a conselheira afirmou que seu país tem interesse num projeto de transferência de tecnologia para a plantação de cacaueiros. “O cacau e o chocolate produzidos aqui têm se destacado e este poderia ser um projeto maior, algo como uma parceria público e privada”, disse.
“Sem ideologia” – Em tempos de polarização política no Brasil, é preciso não pré-conceber ideias, mas conhecer Cuba e seu mercado. Esta foi uma das mensagens do diretor da Eletroflex Comercial Exportadora e diretor da FIESP, Vladimir Guilhamat, que falou sobre sua experiência de 20 anos com o mercado cubano. “Ideologia política não pode se misturar com comércio. O comércio não tem ideologia política, tem necessidades”, enfatizou.
Guilhamat destacou que a ilha caribenha é um mercado interessante para o Brasil, que tem boa receptividade entre os cubanos. Ele afirma que as empresas podem ter sucesso, pois os cubanos gostam muito dos produtos brasileiros. “É preciso conhecer Cuba, as empresas e o consumidor final do seu produto. Aí vai ser possível desenvolver negócio”, pontuou.
FIHAV 2019 – Uma das oportunidades para quem deseja conhecer o mercado cubano e fazer negócios com a ilha é a Missão Prospectiva para a Cuba (FIHAV 2019), que acontece de 4 a 8 de novembro, em Havana. A edição deste ano tem um elemento especial, o aniversário de 500 anos da capital cubana, quando a cidade terá uma programação festiva.
O encontro Oportunidades Bilaterais de Negócios Bahia-Cuba foi uma realização da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, por meio dos seus Conselhos FIEB Jovem e Comércio Exterior (COMEX), seu Centro Internacional de Negócios (CIN), com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, da Embaixada de Cuba no Brasil e do Consulado de Cuba para o Nordeste.