Luanda - O Secretário de Estado para a Cooperação e Comunidades angolanas, Domingos Vieira Lopes, reiterou esta quinta-feira, em Luanda, a predisposição das autoridades nacionais em ver reforçados laços históricos de cooperação com a República de Cuba.
Participantes do Colóquio sobre 43 aniversário do estabelecimento de relações políticas e diplomáticas entre Angola e Cuba
Domingos Viera Lopes, Secretário de Estado para Cooperação Internacional e Comunidades angolanas
Foto: ANTONIO ESCRIVAO
Ao intervir na sessão de abertura do “Colóquio 43 anos de Cooperação Diplomática Angola- Cuba”, acrescentando que ambos os países estão comprometidos no quadro de uma visão global integrada e focada neste sentido.
Isto, acrescentou, num contexto actual que visa contribuir activamente para a redução da pobreza, o desenvolvimento sustentável, a melhoria e o bem-estar social e qualidade de vida das suas respectivas populações.
De acordo com o responsável, no âmbito político e diplomático, as relações entre os dois países, tanto ao nível bilateral como multilateral, são excelentes, pois a abordagem de diferentes questões e temas de interesse mútuo têm permitido o seu reforço e diversificação, apesar de os dois países enfrentam problemas similares no quadro da globalização.
Quanto ao plano multilateral, nomeadamente nas Nações Unidas, no Movimento dos países Não Alinhados, do Grupo dos 77+China, entre outros, destacou o posicionamento comum na defesa de questões como a paz, segurança e dos direitos humanos.
Disse ainda que o governo e o povo angolanos sempre estiveram ao lado de Cuba na busca de uma solução favorável para por termo ao embargo económico imposto a este país, uma politica que impede o normal desenvolvimento social e económico deste país irmão e, consequentemente, entrava o estabelecimento de relações económico e sociais com o resto do Mundo.
Fazendo uma resenha histórica, no que respeita à cooperação institucional e económica nos 70 e 80, frisou que esta era caracterizada pela presença cubana em quase todos os sectores de actividade em Angola, situação que se foi alterando a partir dos anos 90 na sequência das alterações sócio políticas que se verificaram.
“Hoje esta cooperação passou a ter maior esforço nos sectores da educação, saúde e ensino superior, com realce na formação técnica profissional, onde se regista a presença em Angola de técnicos cubanos que trabalham em vários institutos e universidades do país, bem como muitos estudantes angolanos encontram-se a frequentar diversas especialidades nas universidades cubanas através de bolsas de estudo”, disse.
Actualmente os dois governos pretendem diversificar e reforçar esta cooperação em outras áreas de interesse mútuo, visando o desenvolvimento das economias dos respectivos países através da implementação de acções tais como participação activa dos dois países nas estratégias para a diversificação económica.
Destacou ainda o engajamento das autoridades ao mais alto nível para que isto se efective.
Domingos Vieira Lopes felicitou, de igual modo, a iniciativa da realização do colóquio, evento que se enquadra no 43 aniversário do estabelecimento das relações politico-diplomáticas e de cooperação entre os doía países.
Reforçou que Angola mantém com Cuba relações históricas de amizade, solidariedade, irmandade e de cooperação desde os primórdios da luta de libertação nacional, tendo estabeleci as relações diplomáticas a 15 de Novembro de 1975, a que se seguiu, um ano depois, a assinatura do Acordo Geral de Cooperação, permitindo assim a institucionalização da Comissão Bilateral Intergovernamental.
Acrescentou ainda que os laços históricos com África, no geral, e Angola, em particular, tornaram Cuba num baluarte a luta pela auto-determinação dos povos, com incidência significativa para os países da região Austral do continente.
Neste contexto, disse, Angola jamais esquecera o apoio consentido durante o período da luta de libertação nacional, da guerra civil e da invasão sul-africana, onde cidadãos cubanos ao lado das tropas angolanas bateram-se heroicamente.
Participaram do evento, organizado pelo Instituto de Relações Internacionais do Mirex, além de deputados, diplomatas, com destaque para a embaixadora de Cuba em Angola, Ester Gloria Armentero, docentes e estudantes.
ANGOP