Uma vitória enfática para Cuba na ONU: 187 votos contra o bloqueio dos EUA

Uma vitória enfática para Cuba na ONU: 187 votos contra o bloqueio dos EUA

Uma nova vitória enfática para Cuba na Assembleia Geral das Nações Unidas ocorreu na quarta-feira, depois que 187 nações votaram a favor da resolução Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba.
Como parte do processo de votação, duas nações (Estados Unidos e Israel) mantiveram sua posição histórica contra o documento e uma (Moldávia) se absteve.
De 1º de março de 2023 a 29 de fevereiro de 2024, o bloqueio estadunidense causou a Cuba danos e perdas materiais estimados em cerca de 56,8 milhões de dólares, o que significa um aumento de 189,8 milhões de dólares em relação à cifra informada no relatório anterior. Isso representa um dano aproximado de mais de 421 milhões de dólares por mês, mais de 13,8 milhões de dólares por dia e mais de 575.683 dólares em danos por cada hora de bloqueio.
A preços atuais, os danos acumulados durante mais de seis décadas de aplicação dessa política chegam a mais de 164 bilhões de dólares. Se levarmos em conta o comportamento do dólar em relação ao valor do ouro no mercado internacional, o bloqueio causou danos quantificáveis de mais de 1,49 trilhão de dólares.
Foi o que disse na quinta-feira o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, ao apresentar à imprensa nacional e estrangeira o relatório atualizado sobre os danos causados pelo bloqueio mais longo e abrangente da história, que argumentou que, na ausência do bloqueio, estima-se que o PIB de Cuba poderia ter crescido cerca de 8% em 2023.
Esses dados mostram que os desafios atuais da realidade cubana teriam uma solução melhor e mais fácil se Cuba pudesse dispor dos recursos substanciais dos quais o bloqueio a priva.
Durante o período coberto pela análise, as ações dos EUA se concentraram em identificar e buscar as principais fontes de renda da economia cubana, em estrita aplicação das disposições da Lei Helms-Burton, incluindo aquelas que estipulam seu escopo extraterritorial.
Nesse sentido, as medidas unilaterais com maior impacto sobre a população e a economia cubanas permaneceram inalteradas, o que reproduziu e agravou os efeitos desse sistema coercitivo unilateral.
Entre as últimas medidas tomadas pela administração que ocupa a Casa Branca, o chanceler resumiu a cessação, em maio de 2024, da prática injustificada de qualificar Cuba como um Estado que não coopera plenamente com os esforços antiterroristas desse país.

«Essa qualificação», disse, «constituía mais uma acusação falsa, mas sem impacto prático, pois não implicava medidas econômicas coercitivas unilaterais. Isso significa que essa decisão não implicou a flexibilização ou o levantamento de nenhuma das medidas que fazem parte do bloqueio, nem das adicionais que causam a presença da nação caribenha na lista de supostos patrocinadores estatais do terrorismo».
«Foi uma decisão limitada, o que torna ainda mais confusa e injustificável a permanência de Cuba nessa lista, na qual nunca deveria ter sido incluída», afirmou. Da mesma forma, argumentou que os anúncios dos EUA, emitidos no dia 28 desse mesmo mês, sobre algumas mudanças no marco regulatório do bloqueio referente ao setor privado, também não modificaram o corpo fundamental dessa política.
Eles não eliminam ou modificam as medidas coercitivas que hoje mais afetam a economia e os serviços públicos, mas «respondem ao objetivo de fragmentar a sociedade cubana e punir o setor».
Rodríguez Parrilla mencionou que a ofensiva contra o turismo, a alegação de inexistentes ataques sônicos a diplomatas norte-americanos como justificativa para qualificar Cuba como um país inseguro, a perseguição aos acordos de cooperação médica internacional, e outros, respondem a um desenho aperfeiçoado, destinado a impedir a entrada de renda essencial para atender às crescentes necessidades da população.
O governo dos Estados Unidos dissipou qualquer dúvida sobre o caráter cruel e genocida do bloqueio quando aproveitou o pior momento da pandemia da COVID-19 para impor medidas adicionais aos cubanos: reforçou a proibição de importações como ventiladores pulmonares; aplicou medidas que afetaram a escala industrial das vacinas cubanas contra o vírus e até impediu a importação de oxigênio de terceiros países.
Todas as dificuldades da sociedade cubana não se devem exclusivamente ao bloqueio — reconheceu o ministro das Relações Exteriores — «mas quem não o identificasse como o principal obstáculo ao nosso desenvolvimento não estaria sendo sincero. Nenhum país, mesmo com economias muito mais prósperas e robustas, poderia enfrentar uma agressão tão impiedosa».
O BLOQUEIO EM NÚMEROS
    25 dias de bloqueio equivalem ao financiamento necessário para cobrir as necessidades básicas de medicamentos do país por um ano (aproximadamente 339 milhões de dólares).
    9 dias equivalem ao valor necessário para importar os materiais de consumo médico (algodão, gaze, seringas, agulhas, suturas, cateteres, equipamentos para soro, entre outros suprimentos) e reagentes necessários para o sistema nacional de saúde por um ano (US$129 milhões).
    21 horas de embargo equivalem ao custo de aquisição da insulina necessária para cobrir a demanda do país por um ano (US$12 milhões).
 18 dias equivalem ao custo anual de manutenção (excluindo combustível e investimentos) do Sistema Nacional de Energia Elétrica (US$250 milhões).
    4 meses correspondem ao valor para garantir, por um ano, a entrega da cesta familiar padronizada de produtos à população (US$1,6 bilhão).
    38 horas correspondem ao mesmo nível do preço de produção/aquisição da base material de estudo exigida pelo país para cobrir as necessidades do sistema educacional por um ano (2,7 trilhão de dólares).
   Se o bloqueio fosse suspenso por oito horas, Cuba poderia comprar brinquedos e material didático para todos os círculos infantis do país (US$4,5 bilhões).
 Meia hora equivale ao custo das cadeiras de rodas elétricas e convencionais necessárias para atender às necessidades do sistema de educação especial do país (256.363 dólares).
    44 horas equivalem ao financiamento necessário para garantir computadores nas escolas do país (US$25,2 milhões).
    15 minutos correspondem ao financiamento necessário para cobrir a demanda por aparelhos auditivos para crianças e adolescentes com deficiência na educação especial do país (US$144.000).
    Três dias é sinônimo do custo de manutenção anual do transporte público no país (US$40 milhões).
    Nove meses equivalem ao financiamento estimado para cobrir as necessidades de construção de novas moradias no país (US$3.893 milhões).

(Tomado de Granma)

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