O presidente eleito de Angola, João Lourenço, afirmou numa entrevista com a agência EFE que durante seu Governo vai fortalecer, ainda mais e abertamente, as relações com Havana "por gratidão".
"Nossas relações com Cuba seguem a um nível muito alto e vamos seguir trabalhando para fortalecê-las. Une-nos com o povo cubano um sentimento de gratidão, deu-nos a mão num momento crítico, os cubanos derramaram seu sangue em nosso território e isso não tem preço", disse Lourenço, de 64 anos, quem ganhou as eleições do passado 23 de agosto e substituirá no poder a José Eduardo Dois Santos.
"Os angoleños não somos ingratos e vamos seguir nossas relações com Cuba, vamos seguir o considerando um país amigo, abertamente e de coração, não o vamos fazer a escondidas, nem muito menos", acrescentou.
Lourenço explicou que recentemente realizou, em qualidade de ministro de Defesa de Duas Santos, uma visita a Estados Unidos, onde se reuniu com o secretário de Defesa, James Mattis. "E desde ali viajei a Havana, onde me recebeu o presidente Raúl Castro", agregou.
"Quiçá num futuro, que não será um futuro imediato, terá algum Governo que possa ser ingrato, mas pelo momento não", fez questão de quanto às relações com Havana.
O Governo de Fidel Castro enviou soldados para lutar ao lado do Movimento Para a Libertação de Angola (MPLA) na guerra interna de Angola. Mais de 2.000 cubanos morreram ali, muitos deles jovens que passavam o Serviço Militar Obrigatório.
Durante os 38 anos de Governo de Dois Santos, Luanda e Havana têm mantido relações diplomáticas ao mais alto nível.
Perguntado por Venezuela, um país que ao igual que Angola é produtor de petróleo, Lourenço opinou que "os problemas que atravessa não são somente económicos".
"Há muitos produtores de petróleo no mundo e não todos estamos na mesma situação, pese à baixada dos preços do petróleo. Com o qual, estamos todos afectados, mas não temos a mesma situação", remarcó ao recusar pronunciar sobre a situação política e social que atravessa a nação sudamericana.
O mais recente acordo com Venezuela subscreveu-se no passado mês de julho entre a empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) e o Banco Central de Venezuela.
O Acordo, assinado em presença do presidente Nicolás Maduro, procura criar uma empresa mista para a exploração, exploração e aproveitamento de diamantes, ouro e coltán.
