KIFANGONDO, Angola.— Com uma homenagem aos patriotas angolanos e internacionalistas cubanos que, unidos, protagonizaram uma imperecível e gloriosa epopeia de altruísmo e solidariedade internacional na Batalha de Kifangondo, como parte da luta comum contra o colonialismo, o apartheid e o imperialismo; pela independência, a liberdade e a soberania nacional de Angola; o membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Esteban Lazo Hernández, presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular e do Conselho de Estado, iniciou este 13 de Novembro, o quarto dia de actividades da sua visita oficial à irmã nação africana.
Acompanhado pelos Heróis da República de Cuba General do Corpo de Exército Joaquín Quintas Solá, Vice-ministro das Forças Armadas Revolucionárias, e o General de Divisão Ramón Pardo Guerra; bem como por outros membros da delegação cubana; Lazo Hernández lembrou as palavras do General de Exército Raúl Castro Ruz, líder da Revolução Cubana, quando afirmou: “Angola é uma página brilhante, limpa, honrosa, transparente, na história da solidariedade entre os povos, na história do internacionalismo, na história da contribuição dos cubanos para a causa da liberdade e do melhoramento humano. Angola é além disso, por tudo isso, um marco na própria história de Cuba»; ao assinar o livro de visitas no monumento que homenageia a Batalha de Quifangondo, nos arredores de Luanda. Ali, ele percorreu as suas diferentes áreas, que também recolhem a heróica contribuição internacionalista cubana durante a epopeia de Angola.
Momento de renovar o impulso para projectos conjuntos
“É uma imensa honra dirigir-me a vocês, em nome do Governo e do povo da República de Cuba, por ocasião do 50º aniversário do estabelecimento das nossas relações diplomáticas bilaterais. Estabelecemos esses laços diplomáticos afetuosos há meio século, quando em Quifangondo, as elevações de Ebo e o estreito território de Cabinda compartilhávamos trincheiras para impedir que a almejada independência angolana fosse abortada por forças invasoras ao serviço do imperialismo”, expressou o titular do Parlamento cubano no acto central por ocasião do 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.
Na emotiva e fraterna actividade — que contou com a participação do General Francisco Pereira Furtado, Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República de Angola; e de Américo Cuononoca, Primeiro Vice-presidente da Assembleia Nacional; Lazo Hernández lembrou que os laços entre as duas nações tiveram a sua gênese muito antes, pois Cuba é filha de sangue africano e daqui recebemos uma profunda herança étnica, religiosa e cultural que faz parte da nossa nacionalidade e idiosincrasia. Como disse o Comandante-em-Chefe Fidel Castro: “Sem a África, sem os seus filhos e as suas filhas, sem a sua cultura e os seus costumes, sem as suas línguas e os seus deuses, Cuba não seria o que é hoje”. Especialmente, enfatizou que os descendentes da África se juntaram a nossas lutas pela independência quando lutavam, ao mesmo tempo, contra a escravidão.
Na sua intervenção, destacou como uma página gloriosa da nossa história comum quando combatentes cubanos chegaram a Angola e aprofundaram a união com o seu povo, frente às forças invasoras apoiadas pelo imperialismo.
«Naquele momento crucial, os cubanos, com a liderança indiscutível de Fidel e o guia dos princípios do internacionalismo e da solidariedade, estendemos a nossa mão. Foi muito reconfortante ter podido ajudar à proclamação da genuína independência e ser um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com a nova República, apenas quatro dias depois daquele histórico 11 de Novembro de 1975», sublinhou titular do Parlamento cubano.
Nossa relação de cooperação e solidariedade, que começou no meio da batalha pela independência, transformou-se em um exemplo de colaboração Sul-Sul em vários setores, para o benefício de ambos os povos. Por essa razão, reconheceu que este aniversário 50 dos laços diplomáticos “não é apenas oportunidade para relembrar batalhas e feitos de ontem; mas também é a altura de renovar o impulso a projectos conjuntos”, em diferentes áreas de interesse mútuo.
Por outro lado, durante sua intervenção nesta cerimônia, Esteban Lazo agradeceu a João Manuel Gonçalves Lourenço, presidente da República de Angola, pela condecoração conferida no passado 6 de Novembro ao líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz, e ao General de Exército Raúl Castro Ruz, com a medalha pelo 50º Aniversário da Independência Nacional na sua máxima classe de «Honra», e pelo seu reconhecimento ao contributo do povo cubano para o feito independentista angolano e o fim do apartheid.
“Os cubanos e angolanos somos irmãos de sangue, de sonhos e de esperanças. Os laços entre os nossos líderes históricos, Agostinho Neto e Fidel Castro, foram reflexo dessa conexão única, que durará para sempre. Ao celebrar este meio século de irmandade e solidariedade, nossa aliança é um legado vivo. Não é uma relíquia do passado, mas um compromisso para o futuro. As gerações vindouras não devem apenas lembrar das balas e dos canhões, mas a forte cooperação e solidariedade mútua entre os nossos povos, empenhados em estreitar a sua irmandade e as pontes de afeto e cooperação», concluiu Lazo Hernández.
Enquanto o General Francisco Pereira Furtado, Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República de Angola, durante o seu discurso no acto, significou que “as relações de amizade e solidariedade de Cuba com Angola nasceram em um contexto de luta e estão intrinsecamente ligadas por nossas histórias de luta comum pela liberdade, e pelos laços de solidariedade e de irmandade internacionalista forjada entre os nossos povos desde nossa luta de libertação nacional contra o colonialismo português, bem como pela pronta e incondicional ajuda internacionalista prestada a Angola para a conquista da nossa independência e a firmeza do nosso país no contexto das nações”.
“Participamos de um passado de luta comum, forjado com o sacrifício, suor e sangue de milhares de filhos da pátria de Fidel, juntamente com os combatentes e o povo angolano que lutaram, lado a lado, nas mesmas trincheiras para derrotar o exército do regime racista do apartheid e outras forças que invadiram Angola dias antes da proclamação de nossa independência”, acrescentou o líder da irmã nação africana.
Estiveram presentes, além disso, outras autoridades do Estado e do Governo angolanos, representantes de organizações deste irmão país, membros do Corpo Diplomático acreditado em Angola, colaboradores cubanos, graduados angolanos na Maior das Antilhas; entre outros convidados.
Encontros que fortalecem vínculos bilaterais entre Angola e Cuba
Durante o dia, o Presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular teve um encontro fraterno e frutífero com Adão Francisco Correia de Almeida, Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República; e que foi nomeado em 13 de Novembro pelo Bureau Político do Partido Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) para o cargo de Presidente da Assembleia Nacional, proposta que será apresentada ao Parlamento angolano para aprovação pelos deputados na sessão do dia 17 do presente mês, segundo informou a imprensa angolana. Lazo Hernández parabenizou Adão de Almeida por esta nomeação; ao mesmo tempo que ratificou a vontade de continuar a estreitar os sólidos laços entre ambos órgãos legislativos.
Além disso, conversou com Mara Regina da Silva Batista Domingos Quiosa, Vice-presidente do MPLA; onde ambas as partes concordaram em fortalecer os laços interpartidários, interparlamentares e intergovernamentais em benefício de ambos os povos.
