“Enquanto eu viver espero nunca esquecer, este dia. Todos os anos ao atingir esta data sou forçado a lembrar-me, de sentimentos contraditórios, vividos neste dia de indignação e revolta, de aumento de vontade de lutar e a necessidade de continuar a luta.
Mantenho os sons e imagens por nessa altura me dirigir para a Maternidade Alfredo da Costa, onde se encontrava minha Mulher em trabalho de Parto e pouco tempo depois deu á luz uma Linda Menina (que se viria a chamar também Adriana, em homenagem á Heroína que acabara de ver assassinada).
Por me encontrar nas imediações, fui dos muitos populares que corri para ver o que se passava, lamentavelmente a confirmação desse sinistro, traiçoeiro atentado, que não só roubou as vidas desses dois companheiros, como vitimou suas famílias, deixando cinco crianças órfãos, ficando também seus amigos sem a possibilidade de usufruir da bondade, riqueza de caracter, do convívio e ensinamentos que tinham da experiência de suas vidas para nos transmitirem e enriquecerem.
“Não poderá ser em vão seu sacrifício e exemplo.”
Assim descreveu o amigo Manuel Candeias estas horas triste de 22 de Abril de 1976, onde há 43 anos perderam suas vidas os diplomatas cubanos Adriana Corcho e Efren Monteagudo vítimas da explosão de uma carga explosiva na sede da Embaixada de Cuba.
O ato terrorista fez parte de uma onda de mais de 150 ataques contra missões diplomáticas e alvos cubanos em mais de 20 países. Entre 1975 e 1976, a campanha incluiu a detonação de explosivos nas embaixadas de Cuba no Peru, México, Nova York e outros locais, bem como a explosão em pleno ar de avião da Cubana no 6 de outubro de 1976.
Perante da barbaridade deste ato, uma onda de solidariedade levanta-se em Lisboa com o povo cubano. Como o Candeias, centenas de portugueses se reuniram imediatamente em frente à embaixada para expressar sua rejeição ao crime o seu apoio aos cubanos.
Desde então, cada 22 de abril, com amigos, cubanos residentes e diplomatas lembra-mos a Adriana e Efren o ensinamento perene que nos legaram: "O inimigo não é de papel" está disposto a usar quaisquer meios para atingir seus objetivos de dominação e hegemonia.
Hoje frente a agressividade dos inimigos Revolução, frente ao fortalecimento do criminoso bloqueio econômico, financeiro e comercial, frente ataques da comunicação social, reafirma-se o compromisso da Revolução Cubana com os nossos mártires de manter a luta pela soberania e dignidade nacional.
Antes de finalizar, quero deixar uma nota de alento e fé na vitória, para o povo venezuelano e a sua Revolução Bolivariana. Também, nos dias de hoje, objeto de ataques terroristas, econômico-financeiros e de comunição.
Com a moral de ter sido vítima de terrorismo de Estado durante décadas e com um registro impecável, Cuba condena o terrorismo em todas as suas formas e manifestações, quaisquer que sejam suas motivações.
Como Adriana e Efren, que defenderam a Revolução ao preço da suas vidas, continuaremos a lutar até a vitória sempre.
Gloria eterna a nuestros mártires.
Patrio o muerte, Venceremos!